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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Fruto seco africano produz cor intensa ao refletir a luz, diz estudo

Fruto africano (Foto: Universidade de Cambridge/Divulgação)

 Um fruto seco nativo da África apresenta uma intensa coloração arroxeada que não vem de um pigmento natural, mas de camadas sobrepostas que refletem a luz, revela um novo estudo feito por pesquisadores britânicos e americanos.
 É por essa razão que a tonalidade da Pollia condensata, que pertence a uma espécie de plantas da família Commelinaceae, é mais forte e brilhante do que qualquer outro material biológico já descrito, segundo a equipe da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, do centro Royal Botanic Garden, na Escócia, e do Museu Nacional de História Natural dos EUA.

Fruto africano (Foto: Universidade de Cambridge/Divulgação)

 Os resultados dessa pesquisa óptica e anatômica, liderada por Silvia Vignolini, estão publicados na edição desta segunda-feira (10) da revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), da Academia Americana de Ciências.
 Os autores também descobriram que a luz refletida por todas as células da casca do fruto – presente em países como Angola, Moçambique e Etiópia – é desviada de forma circular para a direita ou para a esquerda, algo nunca visto antes em um único tecido. O fenômeno, porém, se parece com o observado na carapaça de besouros.
 De acordo com os cientistas, as cores na natureza têm uma função biológica há pelo menos 500 milhões de anos, tanto para atrair parceiros entre animais quanto insetos polinizadores, no caso das flores. Mas, até então, esse mecanismo era pouco estudado em plantas.
 A capacidade de a Pollia condensata refletir a luz, formando imagens pixeladas ou pontilhadas quando vistas no microscópio, pode ter sido uma forma de evolução. Isso porque, em vez de atrair animais para comê-la e dispersar suas sementes, ela chama a atenção de aves e outros bichos que decoram seus ninhos à procura de um parceiro.
 A estratégia permite que esse fruto seco – que tem cerca de 18 sementes duras dentro dele – não precise gastar energia produzindo polpa fresca, além de garantir que a espécie continue se espalhando – só que de outra forma.


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